30.4.14

.epicentro



Todas as água turvas e peles contaminadas.
Ainda trazem no ventre as montanhas de nevoeiro

Lágrimas de nuvens derramadas.
  Pássaros de mãos gretadas e todos os corpos frios de soror saudade

Só . Definitivamente só .
Trilhos contaminados pelo teu cheiro e habita ainda uma miragem negra ao redor dos arbustos

Ciclos e líquidos coagulados.
Agarro-o  tacteio-o  regressas por fim

Palavras que são desprezo consumado.
Contornos desencontrados de um caís
                        Onde nunca partiu um barco

Verte uma nuvem no epicentro.
Ainda te carrego nas palmas das entrelinhas .



5 commentaires:

  1. A imagem por detrás das palavras está tão bem conseguida, assemelhando-se a um quadro morbidamente belo.
    Estou sem palavras.

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  2. "Palavras que são desprezo consumado.
    Contornos desencontrados de um caís
    Onde nunca partiu um barco" Flávia, és genial! Nunca deixes de escrever, ouviste? És mais do que poemas, és poética!:)

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  3. És tão genial que queria ler-te todos os dias antes de adormecer!

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