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Pupilas dilatadas de ausência concreta
O outro preenche o sonho desnudo da insónia
Agarrar-te a
mim na inocência da obsessão
Ranger os dentes frívolos na carne ilusória .
Nuvens unas
semidesfeitas da hora sem tempo
Ecoa …
O vento
Quebra-se contra o vidro e já é a sinfonia imperdível .
O vento
Carrega no tórax quinhentos corpos nus para o Inferno .
A Terra
Elemento táctil á semelhança de teus dedos .
A Terra
Corpo quente rasgando-se no Espaço .
O Fogo
Cantar longínquo de nativos portugueses ,
brandam aos Deuses um degredo na Sibéria fria .
O Fogo
Espaço que estalida entre nós .
O Chapéu
Elemento neutro , sem fumo de um cavalheiro neutro .
O Chapéu
Toque de perfume do teu elemento caloroso .
As ondas
Movimento perpétuo entre a Lua e a Terra – O amor encaixado de
dois astros mortos .
As Ondas
Movimentos que repetes em meu interior – são o amor físico e
desesperado de dois corpos amargos .
As Costas
Escadaria ossal , semiperfeita .
As Costas
Cemitérios imensos de pele pálida beijada .
Os Dedos
Prolongamentos esguios de um corpo físico estranho
Responsáveis pelo tacto que é o sentir permitido .
Os Dedos
Pregas finas de enleio
Tacteio-te até ao âmago da alma .
Poesia
Movimento semilivre de palavras . Tudo permitido , nada verdadeiro .
Poesia
Letras fixas na clavícula , já predefinidas para o teu cerne
carnal .
Ser mítico de pele e chamas tu o és .
Quem te encontrará nesse mar
turbulento ?
rendo-me. nem há palavras, chorei
RépondreSupprimerTom Waits enche sempre o copo quando este está vazio e é uma boa companhia para um cigarro. Também gosto muito dele.
RépondreSupprimerAh! E quanto ao luxo que acabei de ler... Exímio esplendor da tua escrita em pequenas palavras! És sempre tanto.
"Poesia
RépondreSupprimerMovimento semilivre de palavras . Tudo permitido , nada verdadeiro."
adorei, adorei. fez-me lembrar Pessoa...! olha, tens um dom, uma espécie de veia para isto. adoro mesmo o que escreves. um beijinho:)
Belíssimo jogo de palavras.
RépondreSupprimerUau, deixa-me que te diga que o que escreveste é uma bela arte :)
RépondreSupprimerinfelizmente sou mesmo assim, julgo-me imenso. escreves tão bem, ler-te é maravilhoso
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