Somos um amontoado de células em constante ardor , meu amor
.
Carregámos silêncio em nossos ventres , de que nos serve ?
Ahh! – Quando teu corpo paira sobre o meu , de que me servem
as interrogações ?
- Quando me buscas no meu interior absoluto , de que servem
os meus mórbidos pensamentos ?
A tua luz fúnebre de óleo desenterra-me . Fabrico cometas
para bloquear a estrada das tuas veias azuladas .
Os cabelos acumulam-se no rolo
Agarro-os , encaixoto-os , memorizo-os
Sempre mais uma inércia para a minha conta .
O ópio que que evaporámos de nossos corpos , asfixia-me .
Pudesse eu amar-te sem que existisses e
Possuir-te sem que aqui estivesses .
Falece o ardor sobre a palma branqueada
Carrega-se o fardo de um fado que nos é estranho
Oro.
Por uma hora fechada que
Leve esta alma inquietante de mim .
Entranham-se-me nas vísceras mil demónios quando me beijas
na testa , na final despedida .
céus.
RépondreSupprimerpudesse o preço da paixão não ser raiva-dor e o toque não queimasse a pele, mas que restaria senão a dormência na ponta dos dedos? o amor... tanto de sonho como de tortura, e nós gostamos de morrer assim
"Pudesse eu amar-te sem que existisses e
RépondreSupprimerPossuir-te sem que aqui estivesses" olha, tenho-te a dizer que me surpreendes cada vez mais com o que escreves. mas que lindo, mas que sintonia nas palavras. um beijinho grande doce flávia
perco-me por aqui, e encontro-me, e volto a perder-me apenas para me poder reencontrar mais um vez. como se as palavras nos convidassem para uma dança demasiado exigente para a simples existência mundana, e terminássemos atordoados - céus, extasiados.
RépondreSupprimerencanto-me por aqui <3
RépondreSupprimeradoro, escreves lindamente, parabéns!
RépondreSupprimerr: obrigada, ainda bem que gostaste (: