23.3.14



O noctívago corpo esmagado na pressa da escrita
Reconto os dias enclausurados do mar
Através de bússolas invisíveis .

É domingo . um domingo doentio .
            O frio tranca-se nas veias da insónia
            E escavo um corpo para que o sangue me preencha .

Não parte nenhum barco mais desta costa
De flores murchas e mortos surdos
Caís de esperma coagulado do sono dos deuses
Onde ninguém já mais habita ou habitou

Dilatam-se as paredes da casa
Pelas marés sucessivas dos dedos
Grito,escrita e uma vida desordenada .

Conchas abertas ao chamamento do oceano

E todo um corpo por desidratar .

4 commentaires:

  1. http://www.youtube.com/watch?v=xbx6RSSaTtg (Lembrei-me <3 és fantástica)

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  2. o meu coração palpita ao ler-te
    é encantador, mas triste, o que te sai das pontas dos dedos
    tens esse dom: de nos arrancar uma lágrima e um sorriso ao mesmo tempo

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  3. tão bem escrito, que delícia ler estas coisas.

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  4. o meu complexo de solidão, sempre esse o maior medo

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