Não sei como dizer-te que as nuvens te procuram.
O céu rosa flore de sangue de criança e tu corres.
Indefinidamente.
O esplendor das colinas esmagado
Batido fustigado por
horas de terra
Crescida.
Quer dizer-te que o Oceano de busca.
Que venhas ao seu encontro e te banhes nele
Te percas nele Que
morras nele.
(O teu corpo ferido afogado pela minha letra esquizofrénica.
Pássaros que saúdam Deus á nossa passagem.)
Existe um caminho abandonado perto desta casa.
Repleto de medos espantados, rugas escoriadas e uma solidão
tórrida.
- Caminho das Fedelhos Desamparados
Jazemos aqui uns instantes
Entrega-me as mãos do teu corpo podre.
Ora : “Que as Luas não se desfaçam de vinagre azedado . Que
os poetas regressem da batalha e que todos escutem o Impossível .”
Melancolia interdita .
Maldições de versos vácuos .
Derretes os contornos com o indicador estelar .
Palavras . palavras doridas
Palavras que as mãos não explodem
E que
O corpo ainda traz na memória .
Um martelo que te esmaga o crânio de Amor .
Explodes , desenvolves
desfiladeiros de cassiopeias
E eu, meu Amor, observo a tua expansão na Via Láctea.
Não sei como te dizer .
Sou fraca e não desejo pensar. estrume de tempo ressequido
na pele.
Arranhões de gigantes que já habitaram esta Ilha. Mas não
sangro.
Limpo da tua face o esperma coagulado
Beijo-te na inconsciência da possessão.
(O monossílabo progride.)
As bússolas quebram-se e do caís zarpam os últimos barcos.
Desejo dizer-te que és a solidão.