1.9.14




Não sei como dizer-te que as nuvens te procuram.
O céu rosa flore de sangue de criança e tu corres. Indefinidamente.
O esplendor das colinas esmagado
Batido   fustigado por horas de terra
                                 Crescida.

Quer dizer-te que o Oceano de busca.
Que venhas ao seu encontro e te banhes nele
Te percas nele   Que morras nele.

(O teu corpo ferido afogado pela minha letra esquizofrénica. Pássaros que saúdam Deus á nossa passagem.)

Existe um caminho abandonado perto desta casa.
Repleto de medos espantados, rugas escoriadas e uma solidão tórrida.

- Caminho das Fedelhos Desamparados
Jazemos aqui uns instantes
Entrega-me as mãos do teu corpo podre.
Ora : “Que as Luas não se desfaçam de vinagre azedado . Que os poetas regressem da batalha e que todos escutem o Impossível .”

Melancolia interdita .
Maldições de versos vácuos .
Derretes os contornos com o indicador estelar .

Palavras . palavras doridas
Palavras que as mãos não explodem
                                                               E que
O corpo ainda traz na memória .

Um martelo que te esmaga o crânio de Amor .
Explodes , desenvolves      desfiladeiros de cassiopeias
E eu, meu Amor, observo a tua expansão na Via Láctea.


Não sei como te dizer .
Sou fraca e não desejo pensar. estrume de tempo ressequido na pele.
Arranhões de gigantes que já habitaram esta Ilha. Mas não sangro.

Limpo da tua face o esperma coagulado
Beijo-te na inconsciência da possessão.

(O monossílabo progride.)

As bússolas quebram-se e do caís zarpam os últimos barcos.

Desejo dizer-te que és a solidão.