23.3.14



O noctívago corpo esmagado na pressa da escrita
Reconto os dias enclausurados do mar
Através de bússolas invisíveis .

É domingo . um domingo doentio .
            O frio tranca-se nas veias da insónia
            E escavo um corpo para que o sangue me preencha .

Não parte nenhum barco mais desta costa
De flores murchas e mortos surdos
Caís de esperma coagulado do sono dos deuses
Onde ninguém já mais habita ou habitou

Dilatam-se as paredes da casa
Pelas marés sucessivas dos dedos
Grito,escrita e uma vida desordenada .

Conchas abertas ao chamamento do oceano

E todo um corpo por desidratar .