8.3.13







Tinha saudades de ler teus poemas recostada num lago de chuva . E de seguida languir-me na língua que descreves , na maldição que profecias e oh ! – nas tuas mãos , em sempre reflectida nas tuas mãos !

1.3.13


Aperto as palmas das mãos
Na cruz branca da janela
É a tua forma escura

Para lá do vidro ?


Como vêem os que nos perseguem
Com seus vestidos de gala
Ou numa nudez marmórea

E gelada – será isso , será ?


Vêm-nos as suas lembranças
Uma mão amada

Depois num gesto automático

Presa e beijada


Foi-se agora para onde
Para que magma fundido

De ossos e carnes

Num todo Unido ?

Não andes sozinho

Á fria gelada

Virei ter contigo
Nua e ousada


Que os teus dedos finos
Retirem com calma

A carne dos meus ossos
Chegando até á alma . . .

O meu calor ao teu frio

Alimentará

Quando as nossas bocas se unirem

Tudo se  fundirá .